terça-feira, 21 de junho de 2011

A velha dor de quinta-feira.

      Gostaria de escrever como escreve Caio, detalhando cada movimento. Quando leio os textos dele, estou no lugar que ele se encontra, me imagino sendo a pessoa que escreve e a que está na história, sinto a dor que ele sente, a alegria por conseguir expressar os seus sentimentos. E é justamente por isso que eu gostaria de escrever como ele, só pra te fazer sentir em meras palavras, por um curto tempo, o que eu sinto há uns meses. Infelizmente eu não consigo, mas eu vou tentar ao máximo.


         Fim de quarta-feira, começo de quinta, como todas as outras já vividas, ela se encontrava exausta. Aquele pique de escola, trabalho, amigos, família, você sabe como é. E toda quinta-feira era assim, difícil de separar as coisas. Cansada é uma palavra simples mas exata pra definir como a morena de olhos castanhos se sentia durante as quintas. Dia nublado, ensolarado, chuvoso, tempestade, poderia até ser dia de ação de graças, não importa. Chegou em casa, deixou a bolsa sobre a mesa da cozinha e foi direto pra cama, chorava, ela chorava. Sem escândalo, sem gemidos nem soluços, começou a pensar se o que tem que acontecer realmente acontece, se Deus escreve certos por linhas tortas, se o amor não deveria ter uma definição apenas ou se deveria mesmo ser desse jeito de cada um com a sua definição. Pensou que naquele exato momento em que ela pensava essas coisas e chorava com calma, havia pedidos de casamento na Califórnia, alguns dizendo sim e destinados a passar o resto da vida com alguém. Pessoas descobrindo que foram desrespeitadas e se sentindo como ela se sentia nesse momento, desamparada, cansada. Pessoas com problemas muito maiores do que o dela e talvez aquela dor de amor adolescente que ela sentia não era nada perto da dor do mundo, ou talvez também nem fosse só um amor adolescente, mas que machucava, machucava. Você aí moça, é você mesmo, acabou com as esperanças da morena a quem me refiro. Eu consigo sentir tudo que ela sente, assim como eu sinto quando Caio escreve. Não dá pra entender como ela não se cansa disso, sabe que vai se machucar e continua, está ciente que não vai dar em nada mas vive a esperar um resultado diferente. Você já pensou que essa menina nunca te obrigou a ficar com ela? Ficastes com ela por escolha, escolha feita conscientemente, portanto, não havia necessidade de enganar a moça. Ela está feliz, mas isso não quer dizer que ela seja feliz. Já pensou que ela pode pegar trauma de amor? Não? Acho que nem ela pensou nisso. Essa relação de palavras bonitas, convivência extrema, amor quente, carinhos fortes, sexo suave, pique-nique de domingo, manias e brincadeiras, uma rindo do sorriso da outra, quando se descobre que não era verdadeiro de ambas as partes, dá um trabalho danado pro coração. Então toma mais cuidado, moça.
       Ela pegou no sono no meio do choro sem soluço, sem escândalo. Fica aí onde você está, livra a morena de sonhar com você apenas essa noite, você vai continuar sendo o primeiro e o último pensamento dela de todas as quintas, mas só essa noite, por favor.

quarta-feira, 2 de março de 2011

Ela, somente ela.

Saiu para trabalhar como fazia constantemente, sem nem imaginar o que a esperava em casa. Uma montanha de palavras horríveis, mal ditas, dolorosas, sentiu-se um entulho, um papelão molhado na rua que não servia nem pra tirar o frio de um mendigo. Ela invejava todos os outros, até o mais pobre e faminto desabrigado, só por não ser ela, só por não sentir a dor que ela sentia. O leitor pode até achar exagero, mas quem nunca se sentiu desabrigado por um amor? Essa menina erra bastante, também fala coisas horríveis, mas ela se arrepende e reconhece seu erro, diferente de quem a disse coisas horríveis. Ela pensou que logo ficaria bem, mas não, passaram-se 7 dias e nada mudou, ela precisava de explicações e não tinha nem mesmo palavras suaves, levava pedrada nas costas; reconheceu seu erro, depois de muita analise sobre ele. Se arrependeu, mas era tarde. Tarde? Desde que década é tarde para amar e ser feliz? Mas ela é insistente, persistente, continuou na luta. Eu acharia desnecessário, depois de uma pedrada daquelas nas costas a gente cai, levanta e anda pra frente, mas ela não, ela gosta de amar e gosta de ser feliz, então ela insistiu. Que bobagem que essa garota fez, ela levou mais dois socos nas costas e dessa vez ela nem se levantou ficou ali no chão, novamente, como um papelão que não serve para nada, mas eu escutei ela dizer assim "Eu prefiro o fracasso da derrota, do que o arrependimento de não ter nem tentado, não existe a última chance para o amor, o amor é a chance pra tudo." Ela ficou ali, deitada. Até quando eu ainda vou ver...

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Coisas

Eu faço coisas
Pensando nas coisas que você faz
Pensando também nas coisas que eu posso fazer
Pra você notar que eu faço coisas pra você.

you are in the plans of my eternity

Se amar é ser fraca, então fraca sou. E fraca sendo, dói. Amo, amo de dentro pra fora, de fora pra dentro, de todos os lados, pra esquerda, direita, para cima e para baixo. Amo não por que quero, mas por que preciso. Me perdoe mas meu coração já não pode pertencer somente a mim, na verdade ele já não pertence a mim, ele é seu. Desculpe-me por ser fria e insensata, poucas vezes. Se você ainda me amar, lhe peço minhas mais sinceras desculpas. Temo que você deixe de me amar antes que o mundo acabe. Ah garota, diga-me que não está de passagem. Diga-me que, em meus braços, incansavelmente ficará. Que tua pele de veludo para sempre vai pertencer ao meu toque, e que seu toque sempre irá procurar o meu corpo na estação da ausência de calor. Quero eu poder te trancar em uma bola de aço, e ficar com você dentro dela, te protegendo de todo o perigo que te cerca, que nos cerca. Se você não é tudo, é a maior parte de tudo que me faz feliz. Com um coração inteiro eu te escrevo essas palavras. Um coração de verdade, de sua propriedade. Um coração só seu.

14/05/2010.

O que seria do amarelo se todos gostassem do azul?

Na maioria das vezes ela é mais realista do que pessimista. Ela acha que o álcool é a única coisa que tem o poder de tornar outras pessoas interessantes. Ela tem tanta coisa pra dizer mas ao mesmo tempo não consegue pronunciar sequer uma palavra. Vive contando os minutos, horas, dias, semanas, meses. Perde tanto tempo contando o tempo, que acaba não aproveitando nada. Ela odeia precisar das pessoas que não precisam dela. Comete erros, se ferra, não aprende, comete novamente, se ferra, não aprende, e por aí vai. Ela sempre sabe o que quer, só não sabe o que fazer pra conseguir. Ela sempre diz que as pessoas que possuem mais defeitos do que qualidades são as mais interessantes. Procrastinar é o melhor que ela faz. Ela tem medo sempre que as coisas estão dando certo. Isso é meio que um aviso prévio de que vai acontecer algo para estragar tudo. Olha, ela até que é legal. Bem longe de mim.